Blavinos 6 & 7

IMPERMANÊNCIA (nº6)
*Publicado na e-zine SAMIZDAT #19



Eu


Juro em vão:
Não sou à toa, ateu


Ou pagão. Só não sirvo
Pras coisas sérias – verdades
São tão etéreas quanto à própria existência


Paciência é fingir-se de morto enquanto o mundo explode


Algo em mim nunca dorme - sempre trago
Por dentro um vulcão latente,
In. Constante. Mente


Livre e por ora
Vestida de


Mim



Imagem: Steve Adams






PHYLUM.SOPHIA (nº7)






Experiência


De que me vale?
Toda a ciência do saber


O nome inventado daquilo que
Apenas o – é – a ciência a maior
das desculpas pra se testar a própria fé


Minha existência só reconhece valor no mistério


Do ser, são tantas as leis imutáveis e
Inúteis - de que me servem? Crer
em vão já não cobre minhas


Tantas dúvidas em
Descobertas


Incertas

Comentários

Você já é craque em blavinos! rs

Mas o que me encantou, aqui, foi mais o conteúdo que a forma: os temas e sua franca abordagem.

Voltarei sempre.
Anônimo disse…
Impermanência

Ótima a divisão das metades do blavino: primeiro, as verdades e as crenças exteriores; segundo, as inconsistênsias e inconstâncias internas. Muito bom.

Phylum.Sophia

Hmmm... não gostei do título. Ademais, gostei MUITO do texto. É flúido como prosa, com um ritmo incidental - e quase particular, dado pelo leitor. Excelente o posicionamento, erguido como um pilar no verso central: "Minha existência só reconhece valor no mistério". E, novamente, fica clara a sua tendência ao repartir o blavino entre "o que se aplica ao outro" x "o que se aplica a mim".