Poesia - Amor Pontuado

Maldita a hora em que saquei
A bolsa mágica da pontuação
Remexi – enchi a mão
Frívola e fria salpiquei
Ao acaso ou descaso sobre nós,
Um punhado de dúvidas
Interrogações, travessões, aspas,
Exclamações, dois-pontos, vírgulas
Ponto-e-vírgula /pausa longa/
Parêntesis (os seus) - (os meus)
Ponto final ou reticências (?)
São tantas as desinências
e declinações que imperam a vida
Regras de entrada, setas de saída
Regras ortográficas já não regem
Nem abrange o romantismo meu.
Se o passado não retorna e
O futuro não existe, presumo eu:
“A felicidade é um eterno estado”
- de espírito? Não: de gerúndio!

Imagem: Steve Adams

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