— Revelações —


















Não sou aquele que apontas
Nunca disse que o era
Foi você quem presumiu
Resumindo-me assim
A um rosto, um rótulo
Um tanto roto, desfocado
E já tão inapropriado
Retrato mal feito
Daquilo que um dia fui

Ilusão é placebo da vida
Doce mentira que ingerimos
No conta a gotas do tempo
Mas ele... Ele nunca mente
O tempo, ardiloso e paciente
Em sua persistência silenciosa
De pinhole
Vai lentamente
Revelando-nos

Estenopeicos

Fotolitos vivos
Cujo final resulta em
Espanto - temo não mais
Reconhecer-me ao espelho
Reflito - o destino daquele eu
Das antigas fotografias
Lamento - que as de hoje
Já não façam mais as mesmas
Revelações

Comentários

Daniel Moreira disse…
Vago sobre teus versos admirado com a magia que eles emanam. Encanto-me com a originalidade dessa energia poética. Parabéns!!!