— Poesia Póstuma —

Ilustração: Magnus Blomster

Poesia póstuma
Postula morte, retumba forte
Infecunda sorte que advém do além
Do mais, do adeus... Ateus

É preciso calar para ser ouvido

Poesia póstuma
O gosto nefasto pelo decrépito ser
Imerso em rimas moribundas, frias catacumbas
Subterrâneos subterfúgios


Para ter sido é preciso já não ser

Poesia póstuma
Exuma o sarcófago das memórias
Vestindo no poeta um lamento, um murmúrio
Fria mortalha tecida em larvas de versos e augúrios

É preciso morrer para ser lido

Quando o corpo dorme e a vida consome, enfim
As palavras ecoam dentre os vermes mórbidos
E os sábios ébrios de epitáfios vívidos em
Poesias póstumas




P.S.: Pondo em prática a decisão de dar valor apenas ao que me parece ter o mérito, posto aqui um poema que jazia gélido em uma pasta qualquer, por julgar ter sangue nobre e ser muito esnobe para ocupar este singelo blog, mas que agora clama humildemente, postulando a lida, enquanto nele ainda há vida. Merece? Ponderar tal resposta é algo que só cabe a ti, meu caro leitor. Obrigado!

Comentários

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