da dureza do ser

Deeper by Martine Johanna





Se de aço fosse
feito o corpo, a carne
   e o que mais neles jaz
   escondido
teriam eles sido

há tempos
deformados
   ou por ferrugem
   devorados ou pior
estariam bem

guardados
intactos e opalescidos
   de qualquer luz
   escondidos
e obscuramente esquecidos

seus reflexos
distorcidos
   por quaisquer olhos
   ignorados aguardariam
eternamente minimizados

sobre a frieza imutável
da superfície envelhecida
   sob a poeira impenetrável
   a encobrir-lhes
até a essência enrijecida.

Comentários

Unknown disse…
Muito bom este poema. A linguagem e a imagem que criou ficou latejando em minha mente. Grata por ler isso. Parabéns.