No
momento
em que algo
tão de perto se vê
que a sapiência se faz
crescer para além daquilo
que se queria do outro saber
caem dele a máscara e a fantasia
desfeitas independente da resistência
daquilo de que eram feitas e o que resta é
uma verdade crua, um corpo nu, a carne aberta
o caroço exposto ao constrangimento do próprio ser
e dos tantos olhos alheios que friamente lhe penetram
tal qual pequenos cacos que, enfim, lhe percebem de todo
a essência: da fraude que mora em toda e qualquer existência
[como chegar ao topo de uma escada para descobrir-se o fim e o nada mais]
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